Nota à Comunicação Social – Greve Nacional dos Professores

Nota à Comunicação Social – Greve Nacional dos Professores

 Protesto de quatro dias inicia-se com escolas encerradas ou a “meio-gás”

PROFESSORES REAFIRMAM

Tempo de serviço não se negoceia, conta-se!

 

Depois de uma reunião com o governo verdadeiramente absurda –os governantes presentes limitaram-se a repetir a proposta apresentada na reunião anterior (eliminar 70% do tempo que esteve congelado), num registo, tipo “pegar ou largar” – os professores fizeram o primeiro dos quatro dias de greve convocada por dez organizações sindicais de docentes.

Pelos dados até agora disponíveis, calcula-se que neste primeiro dia a adesão se situe entre os 60 e os 70% de adesão, com tendência para um aumento considerável, não apenas na região da Grande Lisboa (onde muitos professores, por constrangimentos que se colocaram neste primeiro dia, farão greve em outro ou outros dos próximos três), como, principalmente, nas regiões que se seguem: dia 14, no sul, dia 15 no centro e dia 16 no norte e Açores.

Escolas encerradas são várias, de todos os setores de educação e ensino. Na cidade de Lisboa, pela sua dimensão, destacam-se escolas como  a EB2.3 Almeida Garret (Alfragide), EB2.3 Manuel da Maia, EB2.3 Noronha Feio (Oeiras), EB2.3 Francisco Arruda (Alcântara). Encerraram ainda, no caso, em Almada, a Secundária Romeu Correia e a EB2.3 de Alembrança, mas foram, igualmente, muitas as EB1 e EBI que encerraram, como aconteceu com a EB de Santo António a EB de Campelos, a EB de Ereira, a EB Cesário Verde, entre outras. Também se registam, em muitas escolas em que houve aulas, níveis de adesão da ordem dos 60, 70, 80 ou 90%, a par de outras que registaram níveis mais baixos, muitas vezes, não por desacordo com os motivos da greve, mas porque os professores não conseguiram alterar a data de testes decisivos para os alunos ou anular visitas há muito programadas, mas serão, precisamente, esses professores que, embora da região da Grande Lisboa ou Madeira, irão aderir à greve num dos próximos dias ou mesmo, como muitos garantiram, nos próximos três dias.

Recorda-se que esta greve manteve-se porque o governo na reunião que ontem (dia 12) se realizou manteve uma posição de intransigência em relação à recuperação do tempo de serviço que esteve congelado, reiterando a sua intenção de apagar 70% desse tempo e, mesmo em relação aos 30% a considerar, seria por especial favor e num prazo de mais de cinco anos. As organizações sindicais de professores não aceitam a eliminação de tempo de serviço e, a não haver alteração desta posição do governo, a luta dos professores vai manter-se e acentuar-se até final da Legislatura.

Os professores foram penalizados com cortes salariais e congelamento de tempo de serviço, como os demais trabalhadores da Administração Pública e não admitem que, no momento da recuperação desse tempo de serviço, não lhes seja dado tratamento semelhante ao de outros trabalhadores. Uma coisa será a disponibilidade para negociar a forma, os tempos e o ritmo da recuperação, outra será abrir mão de um dia de serviço cumprido… tal não acontecerá, nisso pode crer o governo, pois os professores não aceitam ser discriminados, como estão a ser!

Aliás, nesta matéria o governo está isolado, pois, como sabe, a própria Assembleia da República, com o voto favorável do partido do governo e dos que se situam à sua esquerda, lhe recomendou a contagem de todo o tempo de serviço.

A greve vai continuar, vai crescer ainda mais e a seguir à greve outras ações se seguirão, caso o governo mantenha a sua posição, estando já a ser discutida com os professores a data para a realização e uma grande Manifestação Nacional, que poderá ser a próxima grande ação. Para já, importante mesmo, é a adesão dos professores à greve que se manterá até final da semana.

 

As organizações sindicais de Professores e Educadores

ASPL – FENPROF – FNE – PRÓ-ORDEM – SEPLEU – SINAPE – SINDEP – SIPE – SIPPEB – SPLIU