Colocação de Docentes

Colocação de Docentes

A colocação de docentes afigura-se novamente uma trapalhada, porquanto sempre referimos ao MEC que era necessário “arrumar a casa” com tempo e só depois se proceder aos concursos.

Mas não, com a casa desarrumada, porque, efectivamente, não se sabia quantos professores eram necessários para que no início do ano tudo estivesse preparado, lança-se então os concursos e baralham-se os directores dos Agrupamentos com ordens emanadas à última da hora.

Havia muito trabalho já feito na elaboração das turmas que teve que ser refeito, obrigando assim as direções dos Agrupamentos e Escolas a esforços redobrados e, obviamente, a uma perda enorme de energias.

Este Sindicato está preocupado com o desemprego no País e, neste caso concreto, com o desemprego da classe docente. Contudo, neste momento ainda existem muitas turmas que não têm professor e o que é mais incrível é que algumas se encontram em escolas ditas de “elite”. Por que será? Com certeza, candidatos no concurso não terão faltado para estes lugares!

Quem será que se irá banquetear com estes lugares nestas escolas?

Milhares de professores ficarão sem emprego, cujo motivo é, em larga escala, o apertar do cinto na Educação, amontoando alunos e professores em Agrupamentos de dimensão inaceitável; o armazenar um número exagerado de alunos nas salas de aula, como se fosse possível que os alunos retirassem algum proveito no meio de tal confusão.

Por outro lado, não podemos esquecer o grande esforço dos docentes que redunda numa enorme frustração por não conseguirem obter o proveito que era justo e desejável que os seus discentes alcançassem.

A alteração curricular levada a cabo pelo MEC também deu origem a que muitos professores fiquem desempregados.

O Governo tem cismado sistematicamente com os cortes na Educação, na Saúde e nas Reformas; não quer, decididamente, abrir-se a outros horizontes em que é possível arrecadar quantias avultadas. Se se preocupasse em fazer justiça, exigindo então a todos os cidadãos, seja quais forem, os esforços que tem exigido “às classes” acima referidas.

A prática da justiça social é algo que lhe passa ao lado, pois só vira a cabeça para um lado, ignorando o que poderia alcançar se a cabeça se movesse para o lado oposto.

Quando a ignorância na nossa sociedade se instalar novamente à laia do que aconteceu antes do 25 de Abril; quando alguns doentes sucumbirem com falta de medicamentos e cuidados médicos e quando os aposentados, que trabalham uma vida inteira, já não tenham quase reforma, então surgirá a altura de o Governo se voltar para outras fontes.

Será então tarde demais, porque já massacrou até à exaustão muitos cidadãos deste País, o que no caso dos aposentados consideramos mesmo um roubo, porque descontaram  uma vida inteira, depositando os seus descontos na Caixa Geral de Aposentações com vista a uma velhice tranquila e agora essa confiança foi traída.

As quantias descontadas para as aposentações têm sido utilizadas para outros fins e agora o Governo diz que o sistema de pensões não é sustentável.

A nossa esperança reside na actuação do Tribunal Constitucional no que toca a obrigar o Governo a corrigir estas injustiças.